Destaques
Resenha Tomé sobre A Ponta do Silêncio"
17/10/2016
/
Valesca de Assis
... quero dizer-te que o teu “A Ponta do Silêncio”, lido com uma sofreguidão que me impõe uma releitura, cravou-se-me no espírito. E na carne, eu diria, pois não é impunemente que se é atingido pelo teu livro. É como se a ponta do silêncio com que me fui deparando fosse, afinal, uma seta em brasa que acabou cravada num lugar recôndito e supostamente inacessível do homem que julgo ser. Dei por mim, aliás, a remoer um estranho e terrível remorso por me descuidar de tentar ser melhor como homem e, por consequência, melhor ser humano.
O teu livro, querida irmã, é um grito. Sem o estardalhaço feminista muitas vezes prejudicial – por que estridente –, sem ponta do ódio comum em manifestos que, por esse ódio implícito, se tornam inconsequentes, “A Ponta do Silêncio” é um grito tanto mais audível e eficaz quanto revestido da serena revolta que emerge da tua escrita.
É isto que quero, e sei, dizer-te. Perdoa-me por melhor não saber dar-te conta do quanto gostei do teu livro. Resta-me a consolação de saber que me perdoarás e de que outros, muitos outros, saberão fazer justiça ao “A Ponta do Silêncio”.
Beijos,
Carlos